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segunda-feira, 14 de março de 2011

Geração à Rasca

“O Povo Unido jamais será Vencido!”, era este o lema do MFA (Movimento das Forças Armadas) durante o 25 de Abril de 74 e nos tempos que o sucederam. Nos dias que correm, assiste-se a um saudosismo sebastianista desses tempos, em que a crise económico-social faz renascer nos portugueses o espírito revolucionário, todavia, não passa disso mesmo, de uma vontade de rebelar, criticar tudo e todos, sem nunca apontar soluções.

Este fim de semana assistimos a uma manifestação em vários pontos do país que demonstrou o que refiro acima, nomeadamente um aglomerado de jovens aos quais se juntaram pessoas de várias faixas etárias, que exibiam cartazes e proferiam palavras de ordem, onde não pretendiam apresentar soluções para a precariedade do emprego, nem criar empregos para os jovens licenciados que engrossam as fileiras do Instituto do Emprego, somente pretendiam a queda do governo e que existisse emprego para todos, mas nem uma solução.

Curiosamente à cabeça desta manifestação em Lisboa seguiam os “Homens da Luta”, os Zeca Afonso da juventude dos nossos dias, os nossos representantes no Festival da Eurovisão. Não se pode negar que o facto da votação dos portugueses ter recaído sobre este “fenómeno” demonstra que os jovens estão sedentos de que alguém seja a voz das suas preocupações neste nosso país envelhecido e sem esperança.

É necessário que se apresentem soluções, não basta declararem que se vão revoltar, pois mesmo que se revoltem, que medidas se irão tomar para melhorar a qualidade de vida, e essencialmente quem irá tomá-las? Querem elevar o povo ao poder, mas alguém terá de tomar as decisões, e quem irá representar os “Revolucionários”? Criar-se-á uma nova Junta de Salvação Nacional?

Sem soluções coerentes não existem mudanças justas e práticas.

Gilberto de Sousa,

(Escreve à segunda-feira)