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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

REGADAS - TERRA NATAL DE JOÃO PINTO FERREIRA

Luiz Carlos Beduschi

Ao elaborar, juntamente com o amigo Dorival Martins de Andrade, o livro Símbolos de Jaboticabal, a ser lançado em breve, uma das questões que levantamos foi a de saber como se encontra hoje a localidade onde nasceu João Pinto Ferreira.
Graças aos recursos da Internet, conseguimos estabelecer contato com o Prof. Pedro Miguel Teixeira Sousa, editor da Gazeta de Regadas. Foi a partir desse contato que obtivemos as informações de que necessitávamos.
Segundo consta de seu testamento, lavrado em 1853 e confirmado em 1857, João Pinto Ferreira nasceu e foi batizado na Freguesia de Santo Estevão de Regadas, que naquela época era uma das freguesias de Celorico de Basto.
Celorico de Basto é um concelho (município) que integra o Distrito (estado) de Braga, o qual, por sua vez, pertence à Região Norte de Portugal. Além de Celorico de Basto, outros treze concelhos compõem o Distrito de Braga, que, antigamente, integrava a tradicional Província do Minho.
Na época em que João Pinto Ferreira nasceu, o concelho de Celorico de Basto era composto por 35 freguesias (vilas), uma delas Santo Estevão de Regadas. Na atualidade, Celorico de Basto possui 22 freguesias.
A população do concelho de Celorico de Basto, segundo dados do censo de 2009, é constituída por 19.767 habitantes, apresentando densidade populacional de 109 habitantes/km2.
Celorico de Basto é um concelho predominantemente rural. A atividade agrícola dominou a ocupação das pessoas do concelho até finais do século passado.
A emigração também marcou o último século. Numa primeira fase, os celoricenses emigraram para o Brasil; nas décadas de 60 e 70, para a França e, mais tarde, para a Suíça.
Na atualidade, Celorico de Basto experimenta um processo de profundas mudanças. O panorama econômico tradicional sofre grande transformação.
O setor primário (agricultura), outrora dominante, é hoje praticamente residual. A produção de vinho verde, ao longo do Vale do Rio Tâmega, e a pecuária, que é praticada nas freguesias localizadas nas regiões montanhosas, marcam a atividade agrícola. A construção civil, o comércio e os serviços são hoje os setores empregadores do concelho.
A Freguesia de Santo Estevão de Regadas, onde João Pinto Ferreira nasceu e foi batizado, por força de disposições administrativas, em 1874, com a denominação de Regadas, passou a integrar o Concelho de Fafe.
A Freguesia de Regadas, terra de nascimento de João Pinto Ferreira, é um vale atravessado por um pequeno afluente do Rio Vizela, em cujas margens existem campos férteis, outrora bem cultivados. Legumes, frutas e cereais (principalmente o milho) eram as culturas cultivadas de forma tradicional.
A forma tradicional de cultivar a terra já desapareceu. Na atualidade, a agricultura que ainda subsiste é mecanizada.
Na Freguesia de Regadas existem pequenas indústrias de madeira, de meias e de estamparia, que dão sinais de um possível desenvolvimento industrial.
A construção civil e a indústria de calçado de Felgueiras, concelho vizinho da Freguesia de Regadas, absorvem quase toda a população economicamente ativa, principalmente a mais jovem.
Segundo dados de 2001, Regadas possui 4,88 km2 de área e 1.794 habitantes, o que lhe confere uma densidade populacional de 367,6 habitantes/km2.
A freguesia onde João Pinto Ferreira nasceu possui vários grupos culturais e recreativos, a saber: grupo musical “Os Castiços”; dois grupos corais, um para adultos e outro para crianças e jovens; a Associação “Guias de Portugal”, o Grupamento de Escoteiros de São Francisco de Assis e a Fraternidade de São Francisco de Assis.
Ficamos sabendo, também, que a Freguesia de Regadas realiza as seguintes festas tradicionais: Festa de São Francisco de Assis (no 3º domingo de junho) e a Festa do Senhor (no último domingo de julho).
Eis, em rápidas pinceladas, o atual perfil de Regadas, terra natal do português João Pinto Ferreira, considerado pelo Dr. Arthur Whitaker um sertanejo à brasileira - que se embrenhara no sertão para não mais voltar ao centro civilizado de onde havia partido.


Artigo publicado no jornal "O Combate", edição especial de 16 de julho de 2011, em comemoração dos 183 anos de fundação do município de Jaboticabal